Estamos em plena comemoração da Semana Mundial de
Aleitamento Materno, SMAM 2013, e quero trazer para nossa roda de bate-papos a
questão do amamentar e o trabalho.
Amamentar para a mãe e o bebê é ótimo, principalmente quando
o processo é simples e prazeroso para ambos. Nesse aspecto sou bem prática, a
mulher quando vira mãe é colocada em uma realidade física e emocional tão
puxada, que o amamentar na minha visão deve ser um ato de prazer. E hoje, temos
muita ajuda, a Matrice está aí fazendo um trabalho lindo, temos milhares de
entidades e consultoras de amamentação nos apoiando, os pediatras estão cada
vez mais flexíveis e entendo que as mulheres possuem sim outros papéis. Então,
o processo de amamentar que para algumas mulheres começa bem estranho, pode se
tornar um ato de extremo amor e prazer entre mãe e bebê.
Vivo e vivi a amamentação de uma forma muito tranquila, meus
dois filhos pegaram direitinho de primeira, e aos poucos mudei minha vida
profissional para também manter a amamentação prolongada. Felipe mamou até 1
ano e 4 meses, e a Maria Luiza ainda mama com 1 ano e 5 meses.
Meu foco é refletirmos sobre na real como manter uma boa amamentação
para a nossa dupla (mãe e bebê) quando a licença maternidade dura somente 4
meses?! Com 4 meses o processo de amamentar está no começo, vai ficando melhor
com o tempo, o bebê começa a interagir e gostar mesmo de mamar. A mulher que
trabalha no modelo tradicional vive o desespero de no 3º ou 4º mês ter que
introduzir fórmulas. Os bebês são espertos, muitos negam os bicos das
mamadeiras, causando um verdadeiro auê na vida dessa super mãe. Mil palpites,
consultas ao pediatra, buscas insanas por alternativas, até que muitas vezes o
bebê cede, ufa! Ou então são introduzidos os sucos e frutinhas.
A legislação brasileira concede 4 meses de licença
maternidade, dá para esticar com férias, e conseguir a licença amamentação de
15 dias, então o bebê pode ser amamentado por livre demanda até por 5 meses e
½. Quantas empresas vocês conhecem que oferecem berçários? Conheço bem poucas,
na grande São Paulo, são as grandes indústrias e que possuem um significativo %
de mulheres como funcionárias. Levar os bebês ao trabalho é um benefício para bem
poucas. A grande maioria das empresas, principalmente nos setores de serviços e
financeiro, são obrigadas via acordo sindical a conceder auxílio creche, que cá
para nós, os valores não pagam nem 50% do salário de uma boa babá. A legislação
permanecerá assim, a carga tributaria é tão grande que não tem espaço para
negociar acréscimo de tempo em licença maternidade.
Agora você empresário, empreendedor pode apoiar realmente a
amamentação, libere um espaço mínimo, limpo, no seu escritório para que a mãe
possa sacar sua bombinha, retirar seu leite para o bebê. Crie alternativas para
essa mãe, mulher, que ama trabalhar e quer manter a amamentação. Flexibilize os
seus horários, permita temporariamente o home office.
Amamentar é desafiador, então sempre que você encontrar uma
mulher amamentando, apoie, ofereça uma cadeira, um copo de água. Zere seus
preconceitos, perdoe-se por tê-los, a geração que hoje tem 30 a 40 anos foi
pouco amamentada, cultura da época, perdoe sua mãe por ela falar que “não tinha
leite”, e seja gentil com quem amamenta.
Você que está amamentando e trabalha, parabéns, amamentar é
um extremo ato de doação e amor, e só somos felizes quando amamos o que
fazemos, inclusive com o trabalho.
Empresários essa fase é intensa e desgastante para a mulher,
passa bem rápido e em pouco menos de 1 ano você terá sua profissional dedicada,
mais engajada ainda e feliz por ter conseguido com sua ajuda manter a
amamentação.
Apoie.
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