Analytics

quarta-feira, 7 de agosto de 2013

Amamentação, Maternidade e Trabalho: a dura realidade da mãe que trabalha.


Estamos em plena comemoração da Semana Mundial de Aleitamento Materno, SMAM 2013, e quero trazer para nossa roda de bate-papos a questão do amamentar e o trabalho.

Amamentar para a mãe e o bebê é ótimo, principalmente quando o processo é simples e prazeroso para ambos. Nesse aspecto sou bem prática, a mulher quando vira mãe é colocada em uma realidade física e emocional tão puxada, que o amamentar na minha visão deve ser um ato de prazer. E hoje, temos muita ajuda, a Matrice está aí fazendo um trabalho lindo, temos milhares de entidades e consultoras de amamentação nos apoiando, os pediatras estão cada vez mais flexíveis e entendo que as mulheres possuem sim outros papéis. Então, o processo de amamentar que para algumas mulheres começa bem estranho, pode se tornar um ato de extremo amor e prazer entre mãe e bebê.
Vivo e vivi a amamentação de uma forma muito tranquila, meus dois filhos pegaram direitinho de primeira, e aos poucos mudei minha vida profissional para também manter a amamentação prolongada. Felipe mamou até 1 ano e 4 meses, e a Maria Luiza ainda mama com 1 ano e 5 meses.
Meu foco é refletirmos sobre na real como manter uma boa amamentação para a nossa dupla (mãe e bebê) quando a licença maternidade dura somente 4 meses?! Com 4 meses o processo de amamentar está no começo, vai ficando melhor com o tempo, o bebê começa a interagir e gostar mesmo de mamar. A mulher que trabalha no modelo tradicional vive o desespero de no 3º ou 4º mês ter que introduzir fórmulas. Os bebês são espertos, muitos negam os bicos das mamadeiras, causando um verdadeiro auê na vida dessa super mãe. Mil palpites, consultas ao pediatra, buscas insanas por alternativas, até que muitas vezes o bebê cede, ufa! Ou então são introduzidos os sucos e frutinhas.

A legislação brasileira concede 4 meses de licença maternidade, dá para esticar com férias, e conseguir a licença amamentação de 15 dias, então o bebê pode ser amamentado por livre demanda até por 5 meses e ½. Quantas empresas vocês conhecem que oferecem berçários? Conheço bem poucas, na grande São Paulo, são as grandes indústrias e que possuem um significativo % de mulheres como funcionárias. Levar os bebês ao trabalho é um benefício para bem poucas. A grande maioria das empresas, principalmente nos setores de serviços e financeiro, são obrigadas via acordo sindical a conceder auxílio creche, que cá para nós, os valores não pagam nem 50% do salário de uma boa babá. A legislação permanecerá assim, a carga tributaria é tão grande que não tem espaço para negociar acréscimo de tempo em licença maternidade.
Agora você empresário, empreendedor pode apoiar realmente a amamentação, libere um espaço mínimo, limpo, no seu escritório para que a mãe possa sacar sua bombinha, retirar seu leite para o bebê. Crie alternativas para essa mãe, mulher, que ama trabalhar e quer manter a amamentação. Flexibilize os seus horários, permita temporariamente o home office.

Amamentar é desafiador, então sempre que você encontrar uma mulher amamentando, apoie, ofereça uma cadeira, um copo de água. Zere seus preconceitos, perdoe-se por tê-los, a geração que hoje tem 30 a 40 anos foi pouco amamentada, cultura da época, perdoe sua mãe por ela falar que “não tinha leite”, e seja gentil com quem amamenta.
Você que está amamentando e trabalha, parabéns, amamentar é um extremo ato de doação e amor, e só somos felizes quando amamos o que fazemos, inclusive com o trabalho.

Empresários essa fase é intensa e desgastante para a mulher, passa bem rápido e em pouco menos de 1 ano você terá sua profissional dedicada, mais engajada ainda e feliz por ter conseguido com sua ajuda manter a amamentação.
Apoie.

Nenhum comentário:

Postar um comentário